The Association of Moving Image Archivists (AMIA) Board and its 950 members stand in solidarity with our global community of audiovisual archives professionals in expressing strong concern for the collections and workers of the Cinemateca Brasileira, originally founded in 1940.

A fire raged through the warehouses of the Cinemateca Brasileira in São Paulo on July 29, 2021. It is a terrible tragedy, and one that could have been averted. The former workers of the Cinemateca Brasileira issued a statement in both Portuguese and English on July 30, 2021.

These displaced workers have been advocating tirelessly for Brazil’s archival heritage for over a year, since floods damaged collections in February of 2020.  In August 2020 the workers had warned of the potential for fires to break out at the Cinemateca’s Vila Clementino site due to the lack of any supervision at the shuttered facilities and vaults. This, fortunately, did not come to pass in 2020, but with the Brazilian government’s dismissal of all of the Cinemateca’s employees by September 2020, the most dire of their predictions has now occurred.

According to their statement, the following collections housed in Vila Leopoldina are affected:

• A large part of the paper archives of Embrafilme – Empresa Brasileira de Filmes S.A. (1969 – 1990), part of the Archive of the Instituto Nacional do Cinema – INC (1966 – 1975) and Concine -Conselho Nacional de Cinema (1976 – 1990)
• 35mm films from the distribution company Pandora Filmes, containing copies of Brazilian and foreign films. Matrices and copies of single newsreels, trailers, advertisements, documentary films, fiction films, domestic films, all potentially the only extant copies of their respective titles.
• 16mm and 35mm materials from the collection of the ECA/USP – School of Communications and Arts of the University of São Paulo from their student productions; and the video collection of journalist Goulart de Andrade.
• Cinema, photography and laboratory processing equipment and furniture. In addition to their museological value, many of these objects were fundamental for repairing equipment in current use since; to exhibit or even duplicate film or video materials, obsolete machinery without replacement in the market is needed.

The future of the Cinemateca Brasileira is at stake. AMIA calls on the government of Brazil to do their part to ensure the safety of this irreplaceable cultural patrimony. AMIA calls for the reopening of the institution and the reinstatement of the workers. Their expertise and commitment to the collections is urgently needed in order to prevent further damage to the institution and Brazil’s cultural heritage.

______________________________________________________

Declaração da AMIA em resposta ao incêndio de 29 de julho de 2021 na Cinemateca Brasileira – Vila Leopoldina, em São Paulo

O Conselho da Association of Moving Image Archivists (AMIA) e seus 950 membros se solidarizam com nossa comunidade global de profissionais de arquivos audiovisuais ao expressar grande preocupação com o acervo e os trabalhadores da Cinemateca Brasileira, originalmente fundada em 1940.

Um incêndio atingiu os armazéns da Cinemateca Brasileira em São Paulo no dia 29 de julho de 2021. É uma tragédia terrível e que poderia ter sido evitada. Os ex-trabalhadores da Cinemateca Brasileira emitiram um manifesto em português e inglês em 30 de julho de 2021.

Esses trabalhadores, afastados de seu local de trabalho, vinham defendendo incansavelmente o patrimônio arquivístico brasileiro por mais de um ano quando uma enchente danificou as coleções da Cinemateca, em fevereiro de 2020. Em agosto de 2020, eles alertaram para o risco de incêndio nas dependências da Cinemateca Brasileira na Vila Clementino, devido à falta de supervisão nas instalações e depósitos. Isso, felizmente, não aconteceu em 2020, mas com a demissão, pelo governo brasileiro, de todos os funcionários da Cinemateca em setembro de 2020, a mais terrível de suas previsões agora ocorreu.

Segundo o comunicado, as seguintes coleções depositadas na Vila Leopoldina foram afetadas:

• Grande parte dos acervos documentais da Embrafilme – Empresa Brasileira de Filmes S.A. (1969 – 1990), parte do arquivo do Instituto Nacional do Cinema – INC (1966 – 1975) e Concine – Conselho Nacional de Cinema (1976 – 1990).
• Filmes em 35mm da distribuidora Pandora Filmes, contendo cópias de filmes brasileiros e estrangeiros. Matrizes e cópias de cinejornais únicas, trailers, anúncios, documentários, filmes de ficção, filmes domésticos, todos potencialmente cópias únicas de seus respectivos títulos.
• Materiais em 16mm e 35mm do acervo da ECA/USP – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo de suas produções discentes; e a coleção em vídeo do jornalista Goulart de Andrade.
• Equipamentos e mobiliário de cinema, fotografia e processamento laboratorial. Além do seu valor museológico, muitos desses objetos eram fundamentais para consertos de equipamentos em uso corrente, pois, para exibir ou mesmo duplicar materiais em película ou vídeo, é necessário maquinário já obsoleto e sem reposição no mercado.

O futuro da Cinemateca Brasileira está em jogo. A AMIA conclama o governo brasileiro a fazer a sua parte para garantir a segurança desse patrimônio cultural insubstituível. A AMIA defende a reabertura da instituição e a reintegração dos trabalhadores. Sua experiência e compromisso com o acervo são necessários com urgência para evitar maiores danos à instituição e ao patrimônio cultural do Brasil.